quarta-feira, 13 de julho de 2016

Principais indicadores de gestão

     Existem dezenas de indicadores que podem ser usados para analisar a gestão econômico-financeira de uma empresa, mas quais deles devemos usar para fazer uma análise completa?
     Como sabemos, existem três vertentes para a análise econômico-financeira de uma empresa, são elas:

1. Econômica (Rentabilidade);
2. Financeira (Liquidez);
3. Estrutural (Endividamento e Prazos Médios).

     Uma análise completa deve observar os três grupos de indicadores para que não seja feita uma análise míope, ou seja, temos que analisar a rentabilidade para saber se a empresa está tendo resultado econômico e retornando o investimento feito pelos sócios, por outro lado, não podemos esquecer da análise financeira para verificar a capacidade de pagamento da organização e a sua necessidade e cobertura do capital de giro e, por fim, fazemos a análise estrutural, verificando como a empresa está se financiando, seja com capital próprio ou de terceiros, no curto ou longo prazo, e qual a política usada para os prazos de pagamento, recebimento e estoque que culminam nos ciclos econômico, financeiro e operacional da organização.
     Ou seja, é fundamental que utilizemos um grupo de indicadores para ter uma visão sistêmica da organização e eu sugiro os 7 (sete) índices abaixo para a minha análise:

  • Dinâmica de Fleuriet - Nos dá uma visão completa da gestão financeira da empresa, mostrando a necessidade de capital de giro, sua cobertura e se a empresa está conseguindo gerar saldo de tesouraria, além de nos mostrar a possibilidade de estar acontecendo o temido efeito tesoura;
  • Endividamento Geral - Demonstra o percentual de capital de terceiros que financia o investimento feito na empresa;
  • Composição da Exigibilidade - Quanto desse capital de terceiros está no curto prazo? este indicador nos responde essa questão de forma clara, mostrando qual a composição do capital de terceiros no endividamento total da empresa;
  • Ponto de Equilíbrio - Se o Lucro é o objetivo maior de uma empresa e este indicador demonstra o momento exato em que o lucro passa a existir, ele é um dos números mais importantes que temos na análise de uma organização;
  • Alavancagem Econômica - Demonstra como varia o resultado econômico de uma empresa em relação as variações ocorridas no seu faturamento, ou seja, quanto maior o GAO, maior será a capacidade da empresa de gerar lucro e também o risco empresarial;
  • Rentabilidade do Patrimônio Líquido - Mostra qual o retorno que o investidor tem por ter colocado seu capital na empresa. É o índice mais importante pela ótica do investidor e nos dá uma visão perfeita da viabilidade da empresa;
  • EVA - Mostra a geração de valor para o acionista, ou seja, quanto a empresa gerou de recurso a mais que o custo do capital empregado no período.
     Com todos esses indicadores é possível fazer uma análise completa e detalhada sobre tudo o que está acontecendo na empresa e o risco empresarial nas tomadas de decisão é reduzido ao máximo.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Definição de Preço, estou fazendo isso certo?

     Uma questão obrigatória em qualquer empresa é a definição do seu preço de venda. O que eu devo considerar na hora de definir o preço dos meus produtos e serviços? O mercado define o meu preço e eu devo me adaptar a isso? A verdade é que a precificação está se tornando um dos principais motivos para o mau resultado de muitas organizações e é necessário que se tenha muito cuidado com esse tema.
     Quando definimos o preço de nossos produtos e serviços temos que levar em conta duas variáveis importantíssimas, a minha estrutura de gastos e o posicionamento estratégico da minha empresa.
     A estrutura de gastos da minha empresa é a condição básica para que meu preço mínimo seja definido, não devo colocar um preço de venda em um produto se este não conseguir bancar a estrutura de gastos que ele me gera, a não ser que seja uma estratégia para ganhar uma parcela significativa de mercado, ou mesmo um produto que sirva para aumentar as vendas de outros itens que me tragam um resultado econômico que cubra seu prejuízo.
     O outro ponto chave da precificação é a estratégia de preço da minha empresa. Eu devo conhecer o perfil do meu cliente alvo e definir meu preço com base neste conhecimento. Não podemos esquecer que o preço tem uma ligação direta com a ideia de qualidade na cabeça das pessoas, isso quer dizer que um preço alto trás uma percepção de que este produto tem uma qualidade superior, um preço abaixo do mercado cria uma imagem de produto com baixa qualidade e um preço na média dos concorrentes demonstra para o consumidor que o seu produto não tem qualquer diferencial em relação a concorrência.
     Portanto, o mercado não define em nenhum momento o preço do seu produto ou serviço, esta é uma tarefa sua e deve ser trabalhada com base tanto na estrutura de gastos da empresa quanto no posicionamento estratégico que esta quer passar para seu cliente.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Rentabilidade x Lucratividade: Um dos grandes paradigmas da gestão econômico-financeira.


     Dentre os grandes paradigmas da gestão econômico financeira se encontra a necessidade de gerar rentabilidade ou lucratividade. Este artigo pretende ajudar a entender melhor a diferença entre os dois e como utiliza-los para apoiar a tomada de decisão gerencial.
     Vamos primeiro definir os dois indicadores para em seguida entender melhor como eles apoiam a tomada de decisão.
     Rentabilidade é o retorno sobre o capital investido, isto é, quanto a empresa retorna em forma de lucro em relação ao recurso investido pelos sócios. Seus principais indicadores são o retorno sobre o patrimônio liquido (o principal deles), o retorno sobre o investimento total e o retorno sobre o ativo.
     Lucratividade é a relação entre o lucro e a receita do período, desta forma podemos dizer que a margem bruta é um indicador de lucratividade, bem como a margem operacional e a margem liquida. Esse índice nos mostra para cada um real faturado, quanto sobra ao final do período, seja após a retirada dos custos, dos gastos operacionais ou após todos os gastos do exercício, respectivamente.
     Existem empresa que tem ótimas rentabilidades e baixas lucratividades, outras o inverso e algumas conseguem ter boa lucratividade e rentabilidade o que demonstra solidez econômica. Porém, qual delas é mais importante para a tomada de decisão?
     Sem dúvida o investidor quer, acima de tudo, que o seu capital retorne o mais rápido possível. Além do mais, um negócio só pode ser considerado viável se devolver ao investidor um valor mais alto do que ele conseguiria em qualquer outra aplicação, seja financeira ou empresarial. Portanto, a rentabilidade se transforma no indicador mais importante no ponto de vista de quem está colocando dinheiro na empresa e como trabalhamos para gerar valor aos acionistas, esse é o indicador econômico mais importante e deve ser trabalhado com máxima atenção para que o resultado seja a satisfação do investidor e o aumento do valor da empresa no mercado.
     Quanto à lucratividade, esta deve ser usada para comparar a estrutura de gastos da empresa frente ao mercado e assim verificar se a empresa tem possibilidade de melhorar ainda mais o seu resultado econômico. Caso a lucratividade da empresa esteja abaixo da média do mercado, isso é sinal de que existe gordura na estrutura e a gestão pode reduzir gastos ou, em alguns casos, buscar um aumento de receita para que esse índice seja regulado.
     Desta forma, é sempre importante que a empresa esteja buscando gerar rentabilidade e desejável que esteja com a lucratividade ajustada para garantir o aumento de valor para o acionista e o crescimento sustentável.

quinta-feira, 5 de março de 2015

EBITDA, é o número mágico da gestão?

     Muitas pessoas me perguntam sobre o EBITDA, como ele funciona e porque está sendo usado por algumas empresas como o principal índice para tomada de decisão, então vamos entender melhor como ele funciona.
     EBITDA é por definição o POTENCIAL de geração operacional de caixa, isso quer dizer que ele pretende demonstrar quando de caixa a empresa consegue gerar levando em consideração apenas a sua operação, portanto ele é um indicador Financeiro. Ele é calculado pegando-se o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, por isso em português ele pode ser chamado de LAJIDA.
     O EBITDA foi criado com a intenção de comparar o resultado de empresas que se encontram em países diferentes, já que quando tiramos os juros e impostos do cálculo estamos retirando o efeito do custo país do índice e nos dá a possibilidade de verificar com um único indicador qual a empresa que está tendo um melhor resultado, independente do ambiente econômico em que ela se encontra. Com base nisso, um grupo de investidores começou a usar o EBITDA para decidir em qual empresa colocaria seu capital e ele se tornou a mola mestra para o aumento do valor de mercado de empresas que cotizam em bolsa.
     Porém, algumas questões devem ser colocadas nesse momento para que possamos intender melhor o seu conteúdo.
     Em primeiro lugar, como vimos, o EBITDA é um indicador Financeiro, pois pretende mostrar a geração de caixa da empresa, sendo que quando realizamos o seu cálculo partimos de uma demonstração Econômico (DRE), seria isso correto? Na realidade NÃO! Os fluxos econômico e financeiro são bastante diferentes e não podem ser utilizados de forma aleatória, o que transforma o EBITDA em um número amorfo.
     Existe uma frase que diz que "o EBITDA foi o melhor número que inventaram para esconder todos os erros de gestão" e eu estou completamente de acordo com essa definição, já que esse número pode ser facilmente manipulado, porém o resultado de longo prazo pode ser fatal para a empresa e isso tem sido demonstrado na prática por diversas organizações que estão passando um grave aperto econômico e financeiro por confiar cegamente nesse índice. Por exemplo temos a Claro que gerou um EBITDA fantástico de 944,9 milhões de reais no último trimestre, representando um aumento de 14,6% com relação ao mesmo período do ano anterior, porém teve um prejuízo de 781,3 Milhões de reais no mesmo período, já que esse número não leva em consideração o efeito dos juros pagos por necessidade de financiamento empresarial que, no caso da Claro, impactou em 1,4 Bilhões o resultado do período.
     Outra falha perigosa é que no EBITDA não se leva em consideração o ciclo financeiro da empresa, que pode ser bastante impactado por negociações erradas de prazos de recebimento e pagamento, além do giro do estoque junto a seus clientes e fornecedores. Com isso o gestor pode estar acreditando que a empresa tem um bom resultado financeiro e ser pego de surpresa pela necessidade alta de capital de giro no curto prazo, o que tem ocorrido com uma quantidade considerável de empresas.
     Portanto, o EBITDA não deve ser usado como único número na tomada de decisão empresarial, sendo necessário muito cuidado em sua utilização para que não tenhamos consequências desastrosas para as empresas. Por outro lado, devemos estar sempre observando este índice, já que o mercado ainda usa ele para análise. 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Controle Orçamentário, a base do orçamento.

     O planejamento orçamentário é de fundamental importância para o bom desempenho econômico - financeiro das organizações, porém sem o controle e acompanhamento o plano não atinge os principais benefícios que pode trazer, como por exemplo o controle de gastos, avaliação de resultados e o feed back para o sistema.
     Quando realizamos o controle orçamentário temos a possibilidade de acompanhar o resultado alcançado pela empresa e comparar com o que foi previsto no planejamento orçamentário, gerando assim o que chamamos de relatório de desempenho onde se demonstram as variações ocorridas entre o planejado e o realizado no período. Isto leva os gestores e responsáveis por cada conta do orçamento a saber se o seu desempenho foi dentro do esperado, acima ou abaixo do que se havia previsto para o período, desta forma é possível gerar ações corretivas no caso de desempenho inferior e que poderia causar algum tipo de perda de resultado para a empresa, além de gerar informações para o apoio na tomada de decisão sobre a necessidade de atualizar o Forecast da empresa.
     Por outro lado,  a gestão dos gastos é acompanhada pelo controle orçamentário, onde podemos verificar se os responsáveis por cada conta conseguiram seguir o plano feito antecipadamente e mantiveram os gastos dentro dos parâmetros previamente estabelecidos, levando a empresa a alcançar os resultados previstos.
     Sem o controle o orçamento perde todo o sentido e se transforma em uma ferramenta sem utilidade para a empresa, gerando apenas trabalho para os gestores que acabam acreditando que o planejamento orçamentário não trás qualquer benefício para as organizações.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Redução de gastos, uma tarefa diária.

    A luta contra os gastos deve ser um trabalho diário dentro da empresa, uma cultura enraizada, uma guerra travada diariamente e que tome conta de todos os departamentos da organização. Mas cuidado, não se deve reduzir gastos que venham a causar problemas futuros na satisfação do cliente, na motivação do pessoal interno ou na geração de receita, mas como isso é possível?
     Os gastos aparentemente irrelevantes são aqueles que nos levam a aumentar o custo das nossas empresas, por exemplo, o gasto com copos plásticos que parece um valor sem muita importância pode gerar um gasto bastante considerável. Imaginem uma empresa com 500 funcionários, quando cada um deles vai pegar um copinho plástico para o cafézinho ou a água não pega apenas um, já que o copinho normalmente vem unido a outros dois. Na média uma pessoa bebe água ou café 5 vezes no período do expediente o que nos dá 500 x 3 x 5 = 7.500 copinhos por dia, se trabalhamos 300 dias ao ano, teremos um total de 7.500 x 300 = 2.250.000 copinhos por ano, levando em consideração que o valor unitário é de R$ 0,05, teremos um gasto total de 2.250.000 x R$ 0,05 = R$ 112.500,00 (Cento e doze mil e quinhentos reais) em copinhos plásticos!! Esse valor, certamente, faz diferença no resultado da sua empresa e pode ser cortado utilizando-se de criatividade, como incentivar os funcionários a trazer canecas de porcelana, alumínio, ou outro material para a empresa.
     Outra forma de gerar um ambiente de redução de gastos sem trazer problemas para a organização é criar um programa de melhores ideias, onde os funcionários que trouxerem as ideias que provocarem as maiores reduções de gastos são premiados.
     Enfim, todo cuidado é pouco na redução de gastos, mas ela tem que ser feita de forma precisa e contínua para que o resultado da empresa seja sempre maximizado.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Resultado Econômico x Resultado Financeiro, quais as principais diferenças entre os dois.

     Muitas vezes vejo pessoas com um bom conhecimento de finanças empresarias confundindo o resultado econômico com o financeiro, mas na verdade, qual a diferença entre os dois?
     O resultado econômico nasce do regime de competência, um dos princípios contábeis, que nos diz que quando tomamos conhecimento de um novo fato, temos que fazer o seu lançamento pelo valor integral, ou seja, se eu compro um computador para pagar em 12 parcelas por R$ 2.000,00 (dois mil reais), tenho que lançar pelo regime de competência e economicamente, o seu valor integral de compra, que nesse caso são R$ 2.000,00, não importando como vai ser pago nem muito menos quando. O principal demonstrativo contábil para o resultado econômico é a DRE (Demonstração de Resultados do Exercício) e este nos demonstra o lucro ou o prejuízo ocorridos no período em análise, deduzindo-se as despesas das receitas realizadas.
     Já o resultado financeiro está ligado ao regime de caixa que registra as entradas e saídas do caixa e equivalentes de caixa da empresa em determinado período, quer dizer, no nosso caso registramos apenas as saídas mensais de caixa relativos aos pagamentos de cada uma das 12 parcelas da compra do computador, sem que seja necessário saber o valor total ou o porque da compra. O principal demonstrativo para o resultado financeiro é a DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) que tem como resultado a geração de caixa do período que pode ser positiva, superávit de caixa, ou negativa, déficit de caixa.
     Desta forma, temos dois regimes diferentes e resultados que não tem como se equivalerem, já que nem todos os gastos são desembolsáveis e nem todos os desembolsos são advindos de gastos, tendo o mesmo raciocínio utilizado quando analisamos receitas e entradas de caixa.